São Paulo - Estudantes de ciência da computação da Universidade Federal de Pernambuco desenvolveram um aplicativo cujo objetivo é permitir que deficientes auditivos se comuniquem por celular.
O software concorreu ao prêmio no Desafio de Interoperabilidade na competição Imagine Cup, organizada pela Microsoft. A final ocorreu em Nova York, em julho. O sucesso foi tanto que a equipe, apelidada de Bell´s Team, conseguiu o segundo lugar no evento.
Os estudantes Lucas Mello, Amirton Chagas, João Paulo Oliveira, Daniel Ferreira e Flávio Almeida participam da Imagine Cup desde 2008. Na primeira participação do grupo, eles não conseguiram se classificar. Em 2009, participaram com outro projeto e foram campeões mundiais. Em 2010, Flávio Almeida ainda participou como estudante, mas em 2011, já entrou como mentor da turma.
O desafio bem-sucedido de 2011 consiste no projeto ProDeaf. A equipe desenvolveu um aplicativo para Windows Phone, o qual visa permitir uma comunicação fluente e em tempo real, entre surdos e não surdos. O sistema funciona por meio da conversão de sons da fala em linguagem de sinais e vice-versa. Além disso, também permite que alguém com deficiência auditiva use o telefone para fazer ligações com qualquer outra pessoa.
Flávio Almeida explica: “o que você fala, o software interpreta e traduz para linguagem de sinais. Quando o deficiente se expressa em linguagem de sinais, o software emite sons”. O objetivo é amenizar a dificuldade de comunicação sofrida por deficientes auditivos com o mundo externo. Entre as consequências danosas sofridas por eles estão a educação com qualidade ruim e o pouco envolvimento social.
Amirton Chagas, outro integrante do grupo, disse que eles sempre tentam imaginar um projeto novo a fim de participar da competição a cada ano. “Esse ano, a gente teve ajuda do nosso colega Marcelo, que estuda na universidade, é surdo, e nos mostrou esse problema pelo qual eles passam. A partir disso, veio a ideia de fazer alguma aplicação que pudesse ajudar no dia a dia dele”, diz Amirton.
Porém, os problemas enfrentados até encontrar alguma solução cabível foram grandes. Segundo Flávio, “o principal desafio foi o software em si”. Isso porque o aplicativo demandou esforço devido a regionalização da linguagem de sinais. Flávio explica que libras, a linguagem brasileira de sinais, não é padrão em qualquer lugar do país. Isso dificulta bastante o desenvolvimento e a escrita do sistema. “Por isso, tivemos que reduzir o conjunto de informações e desenvolver um protótipo”.