UEL (PR) está com as inscrições abertas para o Vestibular 2012
redação sejabixo! - vestibular | 15/08/11 |
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A comunicação com os estudantes com deficiência auditiva em todos os níveis e modalidades da educação básica, nas escolas públicas e privadas, poderá ser obrigatoriamente feita por meio da Língua Brasileira de Sinais (Libras).
É o que prevê projeto do senador Cristovam Buarque (PDT-DF) aprovado ontem em Plenário e enviado para análise da Câmara dos Deputados.
O projeto inicial previa que a Libras seria componente curricular obrigatório, inclusive para os alunos ouvintes, mas emenda acatada restringiu essa obrigação apenas aos alunos surdos.
Dessa forma, as escolas terão três anos, a partir da publicação da lei, para montar estrutura e ensinar Libras aos alunos surdos, que terão o direito de comunicar-se por meio desse sistema linguístico.
O texto aprovado diz ainda que as condições para a oferta de ensino de Libras serão definidas em regulamento dos sistemas de ensino, que detalharão a necessidade de professores bilíngues, de tradutores e intérpretes e de tecnologias de comunicação em Libras.
Também fica aberta a possibilidade de acesso da comunidade estudantil sem deficiência auditiva e dos pais de alunos com deficiência auditiva ao aprendizado de Libras.
Reconhecida por lei como meio de comunicação e expressão, a Libras pode ser ensinada nos cursos de professores para o exercício do magistério.
PROVAS EM LIBRAS – Outra novidade neste concurso é que a UEL oferecerá, pela primeira vez, provas na Língua Brasileira de Sinais (Libras), para atender os candidatos surdos, por meio da interpretação de um tradutor. A medida atende solicitações de entidades e escolas especiais e obedece ao Decreto-Lei 5626/2005, que determina que instituições de ensino superior devem proporcionar tradutor e intérprete em Libras para que estudantes surdos tenham acesso à graduação. No ato de inscrição, o candidato surdo deverá indicar a sua necessidade – no caso, a prova em Libras.
As questões das provas deverão ser interpretadas e transmitidas aos candidatos por meio de vídeo. Os estudantes farão as provas com auxílio de um computador. A produção do vídeo em Libras será feita pelo Laboratório de Tecnologia Educacional (Labted) da UEL.
A UEL já atende a outros candidatos com necessidades especiais, como deficientes visuais, estudantes que apresentam dislexia, e que solicitam, por exemplo, provas em braile, ampliadas ou maior prazo para fazer responder as questões.
Cronograma Vestibular 2012
Inscrições: 15 de agosto a 15 de setembro
Primeira fase: 30 de outubro (Prova de Conhecimentos Gerais com 60 questões objetivas)
Segunda fase: 20, 21 e 22 de novembro
1º dia – Prova de Língua Portuguesa, Literaturas e Língua Estrangeira, Redação
2º dia – Prova de Conhecimentos Específicos
3º dia – Prova de Habilidades Específicas para os candidatos aos cursos de Arquitetura e Urbanismo, Design Gráfico, Design de Moda, Artes Visuais e Música
Resultado – 17 de janeiro de 2012
Isolados, os dados do Censo Escolar 2010 sobre os estudantes surdos são animadores: três quartos dos matriculados estavam incluídos em classes regulares, um aumento de 30% em relação a 2008. Quando comparados aos dados da população brasileira com deficiência auditiva como um todo, no entanto, os mesmo números mostram que os surdos estão longe de estar incluídos no sistema escolar.
A maior parte do crescimento de matrículas em escolas comuns representa uma diminuição dos estudantes em instituições especiais. Somados os dois tipos de ensino, o total de alunos surdos cresceu apenas 6% nos últimos dois anos e chegou a 70 mil (veja gráfico).
A última contagem do IBGE conhecida sobre o assunto, do Censo 2000, mostrava que 5,7 milhões de brasileiros eram deficientes auditivos, 357 mil apenas na faixa etária de 5 a 14 anos - em que todos deveriam ser estudantes. Se o número for parecido em 2010, apenas um quinto destas crianças e adolescentes vão à escola ou são percebidos como – e recebem tratamento especial para – deficientes auditivos.
Para a professora e assessora da diretoria do Instituto Nacional de Educação de Surdos (Ines), Rita Nacajima, as escolas precisam ser mais atraentes para essa população. A instituição de mais de 150 anos de história chegou a ser contrária à inclusão por achar que os deficientes auditivos não aprenderiam em classes com alunos ouvintes, mas acabou apoiando a política na esperança de expandir o total de pessoas atendidas. “A gente entende o movimento de inclusão como necessário porque o Ines e todas as outras instituições especializadas não têm como dar conta de todos os surdos. Agora, é preciso trabalhar mais a recepção deste aluno na escola”, diz.
Um dos dicionários de libras acessíveis pela internet acessobrasil.org.br
A barreira que separa a maioria dos surdos da vida escolar é a língua. Sem ouvir, a maioria não fala e a escrita não ganha significado. Em 2002, o Brasil oficializou a Língua Brasileira de Sinais (libras) para que estas pessoas falassem com as mãos. A língua é completa e permite a quem tem interlocutor o pleno desenvolvimento de todas as demais habilidades. Faltava quem traduzisse a linguagem oral da sala de aula para a visoespacial, que pode ser compreendida por eles.
Um decreto de 2005 estabeleceu que os "tradutores" viriam de duas formas. Pela aprovação em prova de proficiência anual em libras - aplicada a pessoas que já utilizavam a língua de sinais em outras atividades - e pela formação de educadores especializados. Segundo o Ministério da Educação, desde então já há 4.683 intérpretes de Libras atuando na educação básica, que abrange o ensino fundamental e médio.
“O problema é que não basta traduzir”, diz Rita. Como a maior parte das crianças surdas tem pais ouvintes, a Libras só é ensinada quando começam a frequentar escolas próprias. “Para aprender, as pessoas levam o mesmo tempo que para se comunicar em qualquer língua e, até então, não adianta traduzir de uma língua que eles não entendem para outra que ainda não sabem também”, explica.
As entidades reconhecem que houve algum avanço. Dados da Federação Nacional das Associações para Valorização de Pessoas com Deficiência (Fenavape) mostram que o número de surdos no ensino superior passou de mínimos 444 em 2007 para 1.895 em 2009. Muitos cursam carreiras de docência e devem se tornar professores tanto de surdos quanto de ouvintes. “O mesmo esforço que hoje um aluno que não houve faz para entender as estratégias dos ouvintes deverá ser necessário para os ouvintes entenderem o professor surdo”, calcula Rita, completando: “e isso será a outra metade da inclusão.”
Assis Carvalho quer o ensino da Língua Brasileira de Sinais (Libras) nas escolas das redes públicas estaduais e municipais de todo o país.
- Iremos apresentar uma Proposta de Emenda à Constituição sobre o tema, informou o deputado federal do PT do Piauí.
Entedimento e Leitura - As Línguas de Sinais (LS) são as línguas naturais das comunidades surdas.
Elas não são simplesmente mímicas e gestos soltos, utilizados pelos surdos para facilitar a comunicação, e sim línguas com estruturas gramaticais próprias.
Atribui-se às Línguas de Sinais o status de língua porque elas também são compostas pelos níveis lingüísticos: o fonológico, o morfológico, o sintático e o semântico.
O que é denominado de palavra ou item lexical nas línguas oral-auditivas são denominados sinais nas línguas de sinais.
O diferencial das Línguas de Sinais para as demais línguas é a sua modalidade visual-espacial.