terça-feira, 31 de maio de 2011

Pais protestam para manter instituto como escola especial

A Associação de Pais, Alunos e Reabilitados do Instituto Benjamin Constant --escola para cegos-- pretende fazer uma manifestação hoje no Rio de Janeiro para reivindicar, além de mais participação nas políticas públicas de inclusão, a permanência do instituto como escola especial.


O Instituto Benjamin Constant e o Ines (Instituto Nacional de Educação de Surdos), no Rio de Janeiro foram ameaçados recentemente pelo MEC de terem suas portas fechadas sob o argumento de que são contraditórios à política da dupla matrícula. Ambos reafirmam sua posição como escolas de educação básica especiais.


Quando perguntadas sobre a possibilidade de funcionarem também como escolas de contraturno, ambas as diretorias disseram não ter esse preparo.


"Essa não é a nossa vocação. Se eventualmente precisarmos ampliar nosso trabalho no esquema de atendimento especializado, teremos que ter mais recursos, mais profissionais e mais verbas, pois não podemos comprometer, de forma alguma, a educação de ensino básico que é hoje oferecida aos nossos alunos", diz Solange Rocha, diretora do Ines, que oferece ensino infantil, fundamental e médio.


"Em nenhum momento fomos convocados para discutir a inclusão", diz Darcy Siqueira, presidente da associação.


Para ela, não há outra razão para a intenção de fechar as portas das escolas especiais senão o corte de verbas. "Só pode ser questão de dinheiro. Até hoje nem 3% dos R$ 211 milhões previstos este ano para o Instituto Benjamin Constant entraram no nosso caixa", disse ela.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Profissão de tradutor de língua de sinais é regulamentada

Profissional deve efetuar comunicação por meio da Libras.

Haverá anualmente exame nacional de capacidade.

Do G1, em São Paulo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou na quarta-feira (1) lei que regulamenta a profissão de tradutor e intérprete da Língua Brasileira de Sinais (Libras). A sanção foi publicada no “Diário Oficial da União” desta quinta-feira (2) – clique aqui para ver.

Educação de São Paulo capacita 330 professores em curso de libras

G1

Docentes vão atuar como interlocutores na salas com alunos com deficiência.
Participantes serão divididos em três grupos.

Do G1, em São Paulo

A Escola de Formação de Professores, em São Paulo, começa nesta quarta-feira (11) a orientação técnica para os cerca de 330 docentes que atuam como interlocutores de libras (língua brasileira de sinais) nas classes do ensino regular da rede em todo o estado.

Sob responsabilidade do Cape (Centro de Apoio Pedagógico Especializado), órgão da Secretaria de Estado da Educação responsável pelo suporte à Educação Especial, a capacitação terá como foco a vivência e metodologia de interpretação para sala de aula, com o objetivo de desenvolver melhores práticas na mediação entre os professores e alunos com deficiência auditiva. Os participantes serão divididos em grupos, que farão o curso em três períodos diferentes no mês de maio (entre os dias 11 e 13, 18 e 20 e 25 e 27).


O interlocutor tem como atribuição viabilizar a comunicação entre o professor-titular e os estudantes que possuem algum tipo de deficiência auditiva. Sua função é interpretar por meio da libras as atividades didático-pedagógicas e culturais desenvolvidas em sala de aula, permitindo o acesso aos conteúdos curriculares.

“O professor-interlocutor não é um simples tradutor, pois ele precisa ter uma metodologia própria para que o aluno possa aprender”, explica Maria Elizabete Costa, diretora do Cape. A orientação abordará, por meio de libras, conteúdos do Caderno do Aluno, o material didático utilizado na rede estadual.

Capacitação
No período de 2000 a 2010 foram capacitados 105.276 profissionais pelo Cape. Os professores especializados atuam nos Sapes (Serviços de Apoio Pedagógico Especializado), que devem atender a 14.101 alunos em 2011.

Curso de libras para servidores de Catanduva SP

Últimas Notícias

sexta-feira, 27 de maio de 2011
CURSO será realizado no Conjunto Esportivo “Anuar Pachá”



A Coordenadoria de Inclusão Social e a Assessoria de Comunicação da Prefeitura iniciaram, nesta semana, um curso de capacitação em Libras para servidores municipais.

Com o tema “Falando com as mãos”, o curso tem como objetivo capacitar os funcionários para facilitar a comunicação com as pessoas portadoras de deficiência auditiva.

De acordo com informações da Assessoria de Comunicação da Prefeitura, o curso tem duração de 40 horas e será ministrado no ginásio de esportes do Conjunto Esportivo Anuar Pachá, às quartas-feiras. “Os funcionários aprenderão noções básicas em Libras totalmente de graça”.

A docente Alda Nascimento Batista, licenciada pelo MEC, será a responsável por ministrar as aulas. “Cada secretaria ou repartição pública indicou pelo menos um servidor para participar, pois a intenção é oferecer um melhor atendimento à pessoa surda, quando necessário”.

A próxima etapa da capacitação “Falando com as Mãos” envolverá os guardas civis municipais e os agentes fiscalizados de trânsito (AFTs).



ENTENDA


As Línguas de Sinais são utilizadas pelos surdos para facilitar a comunicação, além de terem estruturas gramaticais próprias, não sendo apenas mímicas e gestos.

A Língua de Sinais é composta pelos níveis lingüísticos: o fonológico, o morfológico, o sintático e o semântico.

O que é denominado de palavra ou item lexical nas línguas oral-auditivas são denominados sinais nas línguas de sinais.

O que diferencia as Línguas de Sinais das demais línguas é a sua modalidade visual-espacial.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Grupo de trabalho discutirá com Anatel atendimento aos surdos

Luiz Alves
Roberto Santiago anunciou que chamará presidente da Anatel para cobrar cumprimento da lei
Roberto Santiago

Cerca de quarenta deficientes auditivos reclamaram nesta quarta-feira do mau funcionamento dos serviços públicos no País, especialmente os telefônicos. Em audiência pública realizada pela Comissão de Defesa do Consumidor para debater o atendimento que os portadores dessa deficiência recebem nos órgãos públicos, o presidente da comissão, deputado Roberto Santiago (PV-SP), anunciou que vai formar um grupo de trabalho, integrado por deputados e representantes dos deficientes auditivos, para estabelecer um diálogo com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), com o objetivo de buscar providências para melhorar a atenção a esse grupo.

Roberto Santiago afirmou no debate que, desde que assumiu a presidência da comissão, não ouviu das agências uma exposição satisfatória. “Não tem uma agência do governo que venha aqui com explicações razoáveis na primeira chamada. É sempre necessário dar 15 dias para que as tragam. É o que vamos fazer: chamar o presidente da Anatel para cobrar que a legislação seja cumprida”, anunciou.

O gerente-geral de Planejamento e Contratação de Obrigações da Superintendência de Universalização da Anatel, Ricardo Itonaga, apresentou as tecnologias que permitem a comunicação dos deficientes auditivos. A mais usada é o Terminal de Telecomunicação para Surdos (TTS), que funciona através de teclados adaptados ao telefone, para comunicação por banda larga. Esses terminais são instalados mediante solicitação à Anatel.

Segundo a Anatel, o numero de orelhões adaptados com teclados para surdos ainda é pequeno – são 5.423 em todo o País. Em 2003, porém, havia apenas 467. Itonaga destacou também o papel das redes sociais, que permitem a comunicação visual via internet.

Intermediação
Entre as ações desenvolvidas, o gerente-geral da Anatel citou que o plano de metas da agência prevê que as concessionárias de telefonia passem a ser obrigadas a manter centrais de intermediação, com profissionais versados em Língua Brasileira de Sinais (Libras). Um surdo que, por exemplo, for fazer uma compra em uma loja comercial, e que encontre dificuldade para se entender com o vendedor, poderá resolver o problema usando essa central de intermediação, via rede social por banda larga.

Itonaga explicou também que o Fundo para a Universalização dos Serviços de Telecomunicação (Fust) já atende 92 instituições que trabalham com os deficientes auditivos, financiando a instalação de linhas fixas de telefone e de equipamentos TTS. Segundo o gerente da Anatel, há mais recursos disponíveis do que a demanda por esses serviços.

Dificuldades
A presidente da Associação de Pais e Amigos de Deficientes Auditivos de Franca (SP), Izabel de Souza, disse que só os próprios surdos sentem na pele as enormes dificuldades que enfrentam no cotidiano, para fazer coisas simples como falar com um policial, marcar uma consulta médica ou informar-se numa repartição pública. Sobre o serviço telefônico, ela disse que o número 142 (específico para este tipo de deficiente) quase nunca está disponível, que o 0800 do consumidor surdo demora demais a atender.

Segundo Izabel, os telefones adaptados são instalados em locais impróprios, como em interiores de prédios. “O surdo tem dificuldade de acesso, porque não consegue sequer comunicar-se com o segurança de plantão”, protestou. Itonaga explicou que não dá para instalar os aparelhos na rua, porque dependem de eletricidade. Ele informou que a Anatel divulga em seu portal na internet a localização dos aparelhos, e distribui cartilhas explicativas a respeito do serviço.

A professora do Centro Universitário de Votuporanga (SP), Mariângela de Lima, defendeu que a linguagem de Libras seja disseminada, para que possa ser entendida pelos familiares e também por profissionais, como professores, policiais e servidores que trabalham no atendimento público. Para o consultor sênior da Kyron Training, Wlamir Carvalho, os órgãos públicos precisam se conscientizar sobre as leis que protegem os direitos dos surdos. A Kyron é uma empresa de consultoria e treinamento, especializada na ajuda aos surdos.

Reportagem - Luiz Claudio Pinheiro
Edição – Maria Clarice Dias

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Lutador SURDO de UFC



Hamill diz que deficiência o fortaleceu e promete vencer UFC 130

Ao iG, lutador surdo relata dificuldades na infância, a importância do esporte em sua vida e projeta luta contra Rampage.


Superação é a palavra que melhor define Matt Hamill. O norte-americano, de 35 anos, que fará a luta principal do UFC 130, nasceu surdo e tem dificuldades na fala, mas os problemas não impediram o atleta de estudar, cursar uma boa universidade, namorar uma bela garota e se tornar um astro do UFC (Ultimate Fighting Championship). Há menos de uma semana para o confronto diante de Quinton “Rampage” Jackson, Matt Hamill concedeu uma entrevista exclusiva ao iG, n qual afirma que em nenhum momento se deixou deficiência vencê-lo.

“Nunca me revoltei, não considero que seja uma emoção positiva. As coisas não foram fáceis, mas todas as minhas experiências fizeram de mim o homem que eu sou hoje”, disse Hamill, que, apesar do pensamento, revelou ter sofrido bullying em sua infância até encontrar o esporte.

“Eu não tinha muita confiança quando era criança. Eu usava um daqueles aparelhos auditivos, que parecem uma caixa em volta do meu pescoço, quase como um colar. As crianças pegavam muito no meu pé por causa disso”, disse Hamill. “Foi somente quando encontrei o wrestling que eu comecei a confiar em mim, pois percebi que ninguém liga para sua aparência no mat (local onde se disputam as competições de wrestling). Se você pode lutar bem, as dificuldades e sua aparência não importam”, disse o lutador.

Confira abaixo a entrevista completa com Matt Hamill, que contou, além dos problemas na infância, seu inicio no esporte, o sonho de lutar no UFC e a sensação de ter um filme com sua história de vida.

iG: Com quantos anos você iniciou no esporte?
Hamill: Eu comecei no wrestling em torno de três anos, mas não sei exatamente. Eu lutava na Loveland High School quando meu padrasto, que também passou a ser um treinador, me apresentou ao esporte como lição de vida.

Foto: Divulgação

Matt Hamill e a namorada

iG: Quem são as pessoas que o incentivaram a iniciar no esporte?
Hamill: Eu tinha uma família muito próxima na minha educação em Ohio. Grande parte da minha vontade de vencer é a influência do meu avô e de meu padrasto. Minha mãe se divorciou do meu pai biológico quando eu era uma criança e se casou novamente com meu padrasto, que sempre chamo de "Técnico". Eu tinha um ótimo relacionamento com meu pai, mas meu padrasto era meu “Técnico”. Ele me levou para a escola de wrestling e usou o esporte para manter minha mente ocupada. Meu avô, por sua vez, me deu muita autoconfiança, me fez sonhar para realizar o que eu queria ser.

iG: Qual a importância do esporte na sua vida?
Hamill: Antes de descobrir o MMA e fazer minha vida profissional, eu lutava wrestling pela Rochester Institute of Technology (Universidade RIT) em Nova York. Fui três vezes campeão da NCAA (principal divisão de wrestling nos Estados Unidos). O wrestling e o MMA significam o mundo para mim, porque me permitiram ser alguém igual aos outros. Eu não sou julgado na luta, durante um combate ninguém se importa se você pode ouvir ou não.

iG: Em algum momento de sua vida você se revoltou com seu problema de surdez?
Hamill: Nunca me revoltei, não considero que seja uma emoção positiva. As coisas não foram fáceis, mas todas as minhas experiências fizeram de mim o homem que eu sou hoje.

iG: Como foi sua infância?
Hamill:
Eu não tinha muita confiança quando era criança. Eu usava um daqueles aparelhos auditivos que parecem uma caixa em volta do meu pescoço, quase como um colar. As crianças pegavam muito no meu pé por causa disso. Foi somente quando eu encontrei wrestling que comecei a confiar em mim, pois percebi que ninguém liga para sua aparência no mat (local onde se disputam as competições de wrestling). Se você pode lutar bem, as dificuldades e sua aparência não importam.

iG: Como é ter um filme feito com sua historia de vida?
Hamill:
Foi uma grande honra e eu ainda não consigo acreditar que realmente aconteceu. Os caras por trás do filme fizeram um trabalho realmente muito bom, eu não poderia ficar mais feliz com o produto acabado. Eu só espero que este filme leve a minha história para mais pessoas e seja inspiração para muitas outras pessoas surdas pelo mundo.

iG: Você acredita que pode ser um herói para outros surdos do mundo?
Hamill: Eu não posso dizer ao certo, mas será ótimo se eu tiver inspirado pelo menos uma pessoa surda. Eu nunca deixei minha incapacidade de ouvir impedir meu sonho de lutar no UFC, e se isso puder inspirar as pessoas, será ótimo.

iG: Você enfrenta o Rampage Jackson no UFC 130. O que espera da luta?
Hamill: Eu espero ganhar bem. Sabemos que Rampage é um grande lutador, mas também sabemos que ele é unidimensional. Temos preparado um plano de jogo perfeito para vencer a luta. Agora, meu trabalho é ir lá, executar esta estratégia na noite de sábado e ganhar. Penso que o vencedor desta luta será o cara que se sente confortável em mais de uma área de luta, e acredito que serei eu.

iG: Deixe um recado final para os fãs brasileiros.
Hamill: Eu só quero agradecer a todos pelo apoio e espero que todos gostem da luta deste sábado. Como sempre, vou fazer o meu melhor para proporcionar um show para todos vocês. Eu também espero que os fãs brasileiros estejam animados para UFC 134, em agosto, no Brasil. Será uma noite de lutas incríveis.

sábado, 21 de maio de 2011

Educação de Surdos em Debate

Assista o video:


Reportagem do Bom Dia Brasil do dia 19/05/2011
O ministério defende a inclusão nas escolas regulares, mas a comunidade dos surdos acredita que precisa de um modelo especial de educação. Segundo uma pesquisa, crianças surdas aprendem melhor com professores e colegas que usam a língua dos sinais

Artistas surdos encenam peça teatral em Vila Velha


A inexistência de barulho é um desejo para muitos, mas para os surdos é uma rotina diária de desafios e de adaptação a uma realidade cada vez mais insurdecedora. Em comemoração ao Dia Nacional do Surdo, celebrado no último dia 26 de setembro, funcionários com deficiência auditiva da Chocolates Garoto e outros convidados assistiram a um espetáculo encenado por atores surdos, nesta quarta-feira (30).



A peça bilíngue "Nelson 6 Ao Vivo" é estrelada pelo ator surdo Nelson Pimenta e narrada em "off" pelo professor Luiz Carlos Freitas. A encenação trata a questão da surdez de forma bem humorada. A reportagem conversou com Pimenta por meio da tradutora Fernanda Nogueira, e ele nos contou como é a sensação em cima do palco.

"O público é algo diferente na peça mostrando um surdo por meio da língua de sinais e mostra a história. Em vários lugares e outras cidades as pessoas gostam pois estou apresentando a cultura e a identidade surda. É legal que é um teatro bilíngue, então não tem separação de surdo e ouvinte. Eles podem conhecer mais a cultura surda e o público gosta bastante", disse o ator.

O ator Nelson Pimenta se especializou em encenação para surdos em Nova Iorque, nos Estados Unidos, e atualmente transmite esse ensinamentos por meio de palestras no país. "Quando eu comecei antes da formação e aqui no Brasil não existia uma especialização com foco no surdo ator. Tive que ir para os EUA onde procurei uma formação e vi que lá essa questão do surdo ator é grande e trouxe isso para o Brasil."

O Dia Nacional do Surdo é comemorado em todo o país no dia 26 de setembro, data em que foi inaugurada a primeira escola para surdos no Brasil. A data relembra as lutas por melhores condições de vida, saúde, trabalho, dignidade, educação e cidadania.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Surdos protestam contra a inclusão educacional

Fonte: O POVO Online/OPOVO/Fortaleza

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Comunidade surda e simpatizantes participam hoje de passeata e audiência pública a favor da escola bilíngue para surdos. Eles protestam contra as mudanças na política nacional de educação, que prevê a inclusão educacional dos surdos

A ex-miss Ceará,  Vanessa Vidal, participará da manifestação  (MARCUS CAMPOS) A ex-miss Ceará, Vanessa Vidal, participará da manifestação (MARCUS CAMPOS
Hoje, será realizada passeata e audiência pública contra a inclusão educacional de surdos. A concentração será às 8 horas, em frente ao Instituto Cearense de Educação de Surdos (Ices), na rua Rui Barbosa. Os manifestantes seguem para a Assembleia Legislativa, onde ocorre audiência pública às 9h30min.

Uma passeata, seguida por audiência pública na Assembleia Legislativa, dará inicio à série de manifestações a favor da educação e da cultura surda. Hoje, a partir das 8 horas, cerca de 800 surdos, familiares, amigos e simpatizantes da causa, devem se reunir para reivindicar as mudanças propostas no Plano Nacional de Educação (PNE), que institui a integração dos surdos nas escolas comuns. A concentração será em frente ao Instituto Cearense de Educação de Surdos (Ices).

A principal divergência está relacionada justamente à inclusão educacional dos surdos. A representante da Comissão Municipal da Pessoa com Deficiência, Vanessa Vidal, explica que a presença do surdo em uma escola comum traz diversos malefícios. “Essa proposta de alteração é um absurdo. É importante que o surdo se identifique com seus pares. Não somos contra a inclusão social, mas defendemos que a educação infantil dos surdos seja feito na escola bilíngue para surdos”, afirma.


O professor universitário e representante da Associação de Surdos do Ceará, Willer Cysne, ressalta que essa é uma garantia que já foi conquistada através da legislação. A lei 10.436/2002 oficializa a língua de sinais e a lei 5.626/2005 rege essa educação. “Estão querendo promover um retrocesso. Não queremos que todas essas conquistas se percam”, pontua.


Fortaleza será a primeira capital brasileira a discutir essa implementação nacional da educação para surdos. “A educação para surdos no Ceará está de acordo com nossas expectativas, mas temos medo que a imposição de uma mudança nacional mude nosso panorama local”, avisa.


Professor

Atualmente, existem cerca de 60 professores graduados em letras/libras. E outros 60 em curso. “Eles estão aptos a ensinar com uma metodologia específica, que vai proporcionar o máximo de desenvolvimento para a criança surda”, garante.

Através da experiência pessoal, Vanessa explica que o surdo necessita ter acesso pleno à sua língua materna (libras) pra interagir melhor em sociedade. “Quando estudei em escola comum não conseguia acompanhar os estudos e interagir com os outros alunos”, desabafa. Ao mudar para a escola bilíngue, a situação melhorou, segundo ela.


Outra questão é sobre qual o profissional que se tornaria referência para o aluno, o professor habilitado ou o tradutor. “Estamos preocupados em garantir e priorizar o acesso à informação através da língua de sinais em um ambiente onde o surdo não seja minoria”, complementa Willer.

O quê

ENTENDA A NOTÍCIA

Comunidade surda é contra a inclusão educacional proposta pelo MEC. Passeata e audiência pública hoje alertam para os prejuízos dos surdos estudarem em escola comum. O movimento é a favor da educação bilíngue para surdos.

SAIBA MAIS


Na próxima quinta -feira, 19, haverá manifestação em frente ao MEC, em Brasília. Na sexta-feira, haverá passeata do Museu Nacional até o Planalto Central, em Brasília.

Surdos defendem criação de escola Bilinguis

confira o link:
http://www.imperatriznoticias.com.br/noticias/geral/3387-deficientes-auditivos-defendem-a-criacao-de-escolas-bilingues-

MOVIMENTO SURDO EM FAVOR DA EDUCAÇÃO E DA CULTURA SURDA

MOVIMENTO SURDO EM FAVOR DA EDUCAÇÃO E DA CULTURA SURDA

Uma gigantesca mobilização convocada pela Comunidade Surda, apoiada pela FENEIS - Federação Nacional de Educação e Integração de Surdos (nacional e regionais) e pelos integrantes do Instituto Nacional de Educação de Surdos -INES , está marcada para essa sexta-feira, dia 20 de maio de 2011 em Brasília, numa tentativa de chamar atenção das autoridades governamentais e toda a sociedade na defesa da educação bilingue para surdos e do respeito à Cultura Surda e à Língua Brasileira de Sinais (Libras).

As representantes da Associação dos Surdos de Porto Velho-ASPVH, da Associação de Intérpretes de Rondônia-APPIS/RO, e do Ponto de Cultura ACME:
Indira Stedile Moura, Ana Carolina Lovo e Ariana Boaventura estão em Brasília representando a comunidade Surda rondoniana, e chamam todos os surdos,
parentes, amigos, intérpretes e professores de surdos em Rondônia para uma mobilização conjunta, no sentido de organizar manifestações em cada cidade do interior do Estado.

O Problema

No final de março desse ano, o Ministro da Educação Fernando Haddad apresentou uma proposta que visa estimular a inclusão de estudantes cegos e surdos
em escolas regulares, sinalizando com isso, uma modificação no funcionamento da Educação Básica no Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES),
localizado no Rio de Janeiro, considerado pela Comunidade Surda Brasileira um marco histórico e local de resistência da Língua de Sinais e da Cultura Surda,
e que faz parte de uma rede especial de ensino.

A política do MEC, apesar da aprovação da Lei 10.436/2002 (que reconhece a LIBRAS como segunda língua oficial do país) e o Decreto 5.626/2005
(que regulamenta o ensino de LIBRAS no sistema educacional) propõe um modelo de escolas “inclusivas”, paradoxalmente, sem "ouvir" os principais interessados - os surdos,
os quais, em sua grande maioria, são apenas inseridos nas salas de aulas em situação de desigualdade com colegas e professores ouvintes que não conhecem a LIBRAS.

Tal sistema, para ser de fato inclusivo, dependeria de um longo processo de formação e capacitação de professores e alunos, no entanto,
o MEC não preparou nem professores ou alunos do ensino regular para realmente efetivar tal "inclusão", querendo introduzir na marra,
sete milhões de pessoas com deficiência auditiva em idade escolar, que não têm acesso nem ao menos à rede especial, na rede regular de ensino.

Em terras de Rondon

No Estado de Rondônia o problema tende a se repetir com o seguimento das diretrizes do MEC, num provável desmantelamento do sistema de ensino especial,
"espalhando" alunos surdos pelas demais escolas do ensino regular, sem que estes consigam ao menos comunicar-se eficientemente com alunos e professores ouvintes,
além da ausência gritante de um número suficiente de intérpretes capacitados que possam mediar tal questão.

Em Porto Velho, surdos e intérpretes através das associaçoes ASPVH e APPIS, defendem o diálogo junto à SEDUC/RO, no sentido de oferecer apoio e parceria na
discussão conjunta de um projeto pioneiro que possa levar à criação da 1ª escola bilingue para surdos, propondo a discussão das políticas relativas ao atendimento da comunicade surda
que necessáriamente precisa ser ouvida, e, para tanto, já começaram os primeiros contatos para auxiliar o governo estadual nesse processo, tendo em vista a E.E.E.F 21 de Abril como Escola Pólo.

Petição Pública

Dessa maneira, visando um futuro melhor para as crianças surdas, é que a comunidade surda brasileira mobiliza-se numa Petição Pública ao Ministério da Educação,
com mais de 11.000 subscrições até o momento,defendendo uma educação básica bilíngüe (Libras como primeira língua e português escrito como segunda língua) pública,
gratuita e de qualidade para os surdos brasileiros e a importância do INES e seu papel histórico como modelo de referência para todo o país:
http://www.peticaopublica.com.br/PeticaoVer.aspx?pi=LutaINES

Em Porto Velho, a concentração terá início na sexta feira pela manhã às 8:00h em frente ao prédio da SEDUC,próximo ao cemitério dos inocentes e a caminhada

percorrerá as ruas General Osório, Almirante Barroso, Av. Sete de Setembro até a sede da Associação dos Surdos-APSVH no antigo prédio do SATED,

finalizando seu percurso em frente ao Palácio Getúlio Vargas.

A atriz Marieta Severo (Dona Nenê de "A Grande Família") que tem uma irmã surda e conhece os problemas ligados à questão
é uma das pessoas que está apoiando a manifestação. Veja a mensagem dela no Youtube:
http://www.youtube.com/embed/jf2LV5MoVl0

FONTE:ASSESSORIA APPIS/RO